Os desafios do Confinamento em 2021
José Guedes,
Zootecnista da Nutricorp
O confinamento de terminação bovina se caracteriza por imprimir alta taxa de ganho de peso diário (GPD) em um curto espaço de tempo, na fase final da engorda, quando se lapida a carcaça para o mercado preterido. As instalações dos confinamentos e as dietas oferecidas são desenvolvidas para que sejam supridas todas as exigências nutricionais dos animais, a fim de que eles expressem todo seu potencial genético.
Os confinadores e técnicos brasileiros estão entre os melhores do mundo e dominam essa tecnologia como poucos. O regime de chuvas do Brasil, sobretudo na região centro-oeste, favorece essa atividade, já que nos meses de outono e inverno, os volumes pluviométricos são ínfimos. Nos últimos anos, estima-se que foram terminadas aproximadamente 6 milhões de cabeças em regime de confinamento no Brasil, e os principais estados confinadores são: Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Estes cinco estados correspondem por cerca de 70 a 80% de todas as cabeças terminadas no país.
Para o ano de 2021, estamos vendo o desenho de um dos anos mais desafiadores para a pecuária intensiva, sobretudo para o confinamento. Os altos custos de reposição e os recordes nominais históricos dos principais ingredientes das dietas (milho e sorgo) têm diminuído as previsões de lucratividade dos confinadores. Porém, o preço do boi gordo também vem batendo recordes nominais a cada dia, equalizando essa balança.
E qual será o resultado dessa complexa equação?
Já podemos observar que neste ano (2021), os custos envolvidos são os mais altos da história recente do confinamento, porém, se a produtividade e a eficiência forem mantidas, a lucratividades deverá ser muito próxima a do ano passado, e posso dizer que isso ocorrerá graças aos recordes do boi gordo. Porém, 2021 terá uma margem de erro muito pequena. Se os ganhos de peso e eficiência não forem alcançados, os prejuízos podem ser elevados.
Um excelente planejamento nutricional, sanidade perfeita, excelência no manejo, gestão de compras de insumos e um exímio planejamento de vendas de boi gordo serão preponderantes para que se tenha êxito em um período tão desafiador.
Na questão nutricional, posso dizer que apesar de consumir boa parte dos custos do confinamento, ela deverá ser a grande responsável pelos índices de eficiência; sendo assim, um bom desenho da dieta é fundamental para atingirmos nossos objetivos. Dentro do planejamento nutricional, alguns ingredientes podem fazer muita diferença. Por exemplo: um bom plano de aditivos, adequando-os à dieta estabelecida, pode minimizar problemas metabólicos e aumentar a eficiência alimentar. A inclusão de gordura protegida aumenta a eficiência de ganho, melhora o acabamento de carcaça e, consequentemente, o rendimento de carcaça. Estes são alguns exemplos de fatores que precisam ser minuciosamente trabalhados e pensados, para que haja sucesso na pecuária em 2021.
Por fim, a excelência na gestão e condução técnica do confinamento são fatores cada vez mais determinantes para obtermos bons resultados na atividade de confinamento, sobretudo com os desafios de 2021.