Boi Gordo
Após fechar o mês de jun/24 com o menor valor desde ago/23, com o boi gordo cotado a R$ 220,70/@, o mercado pecuário se transformou e trouxe consigo uma valorização vista poucas vezes na história!
Foram 4 meses consecutivos de alta desde jun/24. O mês de jul/24 trouxe uma valorização de 4%, ago/24 uma variação positiva 3%, set/24 um incremento de 9% e por fim o mês de out/24 com uma alta de 18%, a mais forte valorização mensal desde nov/19 com o boi gordo terminando o mês com o valor médio de R$ 301/@ (Indicador Cepea), o mais alto valor desde set/22.
E o processo de valorização do animal não para por aí, ao menos é o que indica os preços futuros do animal na B3. O dia 31/10/24 terminou com a cotação do animal para o final de nov/24 a R$ 325,90/@, para dez/24 o preço é de R$ 323,50/@, para jan/25 a cotação é de R$318,45/@ e para mai/25 já se tem negócios de R$ 308,50/@, ou seja, é possível vender bovinos para mai/25 com um ágio de 2,44% sobre os preços de out/24. Cabe a ressalva de que os preços do boi gordo na B3 retratam a realidade de hoje projetada para os próximos meses e podem não se consolidar quando esses meses estiverem encerrando.
Na nossa visão, a principal motivação para esse movimento de valorização do boi gordo está na demanda e principalmente nas exportações. Os embarques de carne bovina para fora do país registraram recordes sucessivos durante os meses de julho, agosto, setembro e outubro, chegando a atingir em out/24 o total estimado de 388 mil toneladas equivalente carcaça, 9,94% acima do recorde de set/24 e respondendo por 45% da demanda total brasileira do mês de out/24. Ainda que a oferta (produção de carne bovina) tenha reduzido mensalmente durante os meses de agosto, setembro e outubro, os números de produção desses meses são os maiores da história para eles, ou seja, a oferta continua abundante no ano de 2024, porém a disponibilidade interna foi reduzida pelas exportações meteóricas.
Bezerro
O bezerro seguiu caminho parecido ao do boi gordo, no entanto, com valorizações menos intensas. Ao menos isso é o que se vê quando se olha o preço médio do bezerro no Mato Grosso do sul segundo o indicador Cepea. Foram três altas consecutivas desde ago/24, com o valor médio do animal atingindo os R$ 2.205/cab em out/24 e variando positivamente 4,74% em relação a set/24, sendo esse o maior preço do bezerro desde mai/23.
No entanto, o que mais chamou a atenção nos indicadores do bezerro foi o peso médio dos bezerros que foram negociados durante o mês de out/24. O peso médio desses animais atingiu 187,61 kg/cab, 8,01% menor que o registrado em set/24 e o menor peso médio do bezerro sul mato-grossense desde mar/20. A possível motivação para esse movimento de redução no peso médio dos bezerros comercializados pode ser a seca e as queimadas que assolaram o território sul mato-grossense durante os meses de julho a outubro de 2024. Com isso, quando se avalia o preço médio do bezerro em quilogramas, têm-se o preço médio em out/24 de R$ 11,71/kg, o maior nível desde abr/23.
Milho
No mercado físico, os preços do milho seguem firmes, renovando os maiores patamares do ano, impulsionados pela demanda interna aquecida, apesar de um ritmo mais lento no programa de exportação brasileiro em comparação ao mesmo período de 2023.
A oferta mais restrita por parte dos vendedores, combinada com a forte demanda interna e o contínuo aumento da arroba do boi gordo, sustenta a tendência positiva nos preços do cereal. Nesta quarta-feira (30/10/2024), o milho atingiu R$ 72,67/saca em Campinas/SP, o maior nível registrado desde 20/04/2023 para o Indicador ESALQ/BM&FBOVESPA, acumulando uma valorização de 13,02% em outubro.
No mercado físico, os preços do milho seguem firmes, renovando os maiores patamares do ano, impulsionados pela demanda interna aquecida, apesar de um ritmo mais lento no programa de exportação brasileiro em comparação ao mesmo período de 2023.
A oferta mais restrita por parte dos vendedores, combinada com a forte demanda interna e o contínuo aumento da arroba do boi gordo, sustenta a tendência positiva nos preços do cereal. Nesta quarta-feira (30/10/2024), o milho atingiu R$ 72,67/saca em Campinas/SP, o maior nível registrado desde 20/04/2023 para o Indicador ESALQ/BM&FBOVESPA, acumulando uma valorização de 13,02% em outubro.
No mercado futuro da B3, observa-se também um viés positivo, com contratos renovando as máximas do ano. Em 30/10/2024, o vencimento novembro/24 (CCMX24) fechou o pregão regular cotado a R$ 73,15/saca, uma alta de 6,17% em relação ao fechamento de 30/09/2024. Já o vencimento janeiro/25 (CCMF25) avançou 8,09% no comparativo entre 30/09 e 30/10, encerrando a quarta-feira cotado a R$ 77,00/saca na B3.